Dia do Trabalho, podemos comemorar?

"Mas o que eu tenho
É só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade"
Renato Russo
 
Comemoramos neste dia o elemento que dignifica o homem, no sentido global, e que também é responsável por designar para a sociedade o seu caráter, já que sendo detentor do trabalho consequentemente é visto como um cidadão de bem e capaz de fomentar os anseios de sua comunidade. Mas por trás dessa necessidade empregatícia está as relações desiguais e muitas vezes injustas entre ou patrão e empregado, ou entre senhor e servo ou nos dias de hoje entre empregador e empregado; seja como for ainda busca-se condições de trabalho onde o que se produz e  que se recebe não estejam divididos por uma ponte tal qual a Rio-Niterói.
Os sentimentos de injustiça estão desde o surgimento deste dia 1º de Maio no ano de 1886,  através de uma manisfestação em Chicago para reivindicar uma jornada de oito horas de trabalho, pois até aqueles dias as jornadas tinham duração de treze horas. A forma como a manifestação foi recebida pelos detentores do poder ocasionou uma repressão muito dura, chegando até mesmo em mortes de alguns líderes.
Como citado por Marx a luta de classes é algo que sempre vai ocorrer, afinal hoje temos outras bandeiras de luta, que as vezes são semelhantes ou que pode até parecer utópica, no entanto faz-se a necessidade de continuá-las, conduzí-las para as conquistas, sejam para essa  ou para as futuras gerações.
Acredito que nossas principais conquistas vieram no governo Lula, a sua experiência sindical, seu pioneirismo de greve e sua coragem de luta fizeram dele o melhor presidente do Brasil, afinal foi capaz de conduzir as necessidades dos trabalhadores e abrir novos mercados satisfazendo os capitalistas de plantão. A marca negativa deste período é a formato que pseudo sindicalistas deram a essa área, tornando os sindicatos espaço de negócios individuais e totalmente particulares, em detrimento aos seus verdadeiros clientes, os trabalhadores.
As empresas instaladas em Barcarena aqui no Pará passaram a fazer parte do grupo Hydro da Noruega, país conhecido como melhor Indíce de Desenvolvimento Humano do Mundo, grandes expectativas tem sido criadas em torno deste negócio, mas após um ano de domínio norueguês ainda temos o predomínio das relações desiguais e injustas dentro do espaço de trabalho, seja porque pouca mudança foi efetuada em seu quadro de staff's ou porque a cultura do respeito pelas pessoas não tenha sido entendida ou realmente não tenha sido repassada.
Outro fator muito delicado é a atual diretoria do Sindicato dos Químicos de Barcarena. Sem experiência nenhuma de movimentos sindicais ou sociais, foram preparados pela Vale antiga proprietária da Hydro Alunorte, e mesmo que não sejam solicitados sabem bem a cartilha da patronal. Nos últimos cinco anos o que se vê é o descontentamento dos trabalhadores com esses diretores a ponto de muitos abandonarem suas participações tão necessárias para a atual conjuntura.
Por fim, o trabalho se faz necessário para todos, no entanto ele deve ser instrumento de tranquilidade e segurança para o trabalhador e sua família, deve de fato ser o instrumento de dignidade e orgulho. Que os donos do capital entendam isso! Viva o Dia do Trabalho!

Comentários

padilha disse…
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