Contratação bilionária de Neymar e o recado negativo para a Educação.

"Um governo que não tem o esporte e a educação como pilastra da sua administração, é um governo insensível e sem compromisso com o povo que governa, para ele, o povo é apenas um número que o elege nas não tão confiáveis urnas, tornando-o semialfabetizado e doente."
(Sócrates Di Lima)

Neymar Júnior entra para a história como um dos jogadores mais caros e bem pago do mundo, tendo como multa rescisória na ultima transação entre PSG e Barcelona, um montante de mais de R$800 milhões de reais. Mas o que isso tem a ver com a educação brasileira? A resposta é simples. O caso de Neymar apresenta as nossas crianças a possibilidade de um mundo de luxo e riqueza sem necessariamente ter que estudar. 

Das várias pesquisas que fiz na internet em nenhuma conseguir verificar exatamente em qual série escolar o craque parou seus estudos, no entanto sabe-se que ele não foi muito longe, já que com 11 anos de idade ele já era jogador do Santos e já até ganhava seu primeiro título; com 17 anos já jogava no profissional, sempre acompanhado de perto pelo seu pai, hoje seu empresário, que não tinha qualquer interesse em vê-lo na escola, mas na Europa.

Felizmente o que o pai de Neymar planejou deu certo, mas isso não acontece na maioria dos casos dos meninos pobres que querem se tornar jogadores e ganhar muito dinheiro, restando a decepção e a frustração, por não ter conseguido um sonho que talvez nem fosse deles. Essa busca incessante pode ser hereditária, aumentando esse ciclo vicioso do brasileiro em querer ser jogador de futebol, e consequentemente bem sucedido.


A falta de relação entre o futebol e a escola no Brasil é outro agravante. Os clubes brasileiros não tentam aproximar essa relação, logo quem treina não tem tempo para estudar, os horários acabam tendo conflitos, e aí na hora de escolher se opta pelo caminho "mais fácil". 

A escola precisa criar mecanismos que mantenham esses alunos apaixonados pelo sonho de ser jogador em harmonia com a educação necessária para sua vida. Faltam mais exemplos de que estudar seja uma escolha acertada, já que a própria mídia dá mais enfase a vida de luxo dos poucos jogadores que deram certo, do que os exemplos de sucesso promovidos pela educação. É preciso mostrar a eles que o caminho pode até ser mais longo, mais o alicerce é mais forte.

Os índices de evasão escolar no Brasil estão entre os maiores da América Latina, além disso as distorções ocasionadas pela falta de investimento na educação básica, são sentidos nos anos finais, quando os jovens já tomam decisões por sí mesmo, e na ânsia por ter acesso ao que o capitalismo promove, abandonam a escola. O pior disso tudo é saber que a população carcerária brasileira compreende 80% de jovens entre 18 e 29 anos, jovens que abandonaram a escola por diversos motivos e que foram tragados pela bandidagem. O Rio de Janeiro mesmo após ter sido sede das olimpíadas apresenta uma criminalidade cada vez mais organizada, enquanto os locais que sediaram os eventos esportivos continuam abandonados e sem previsão de uso por parte do poder publico.

O caminho a seguir é unindo esporte e educação com o mesmo objetivo, que não seja individual onde um jogador vai ganhar milhões enquanto o trabalhador ganha menos de hum mil reais por mês, precisamos entender quais são nossas prioridades enquanto população para só assim eleger representantes que se aproximem das mesmas prioridades.


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